Número de carros convertidos para GNV sobe 6,5% no 1º semestre de 2022

Pelo segundo ano consecutivo no Brasil, o número de conversões de automóveis para Gás Natural Veicular (GNV) cresceu no primeiro semestre. O número de veículos que migraram para GNV subiu 6,54% entre janeiro e junho deste ano em comparação ao mesmo período em 2021.

Em 2022, as mudanças atingiram mais de 500 mil carros. Os dados são do Ministério da Infraestrutura.

Em relação ao primeiro semestre de 2020, o aumento é de 56,7% neste ano. O estado do Rio de Janeiro representa mais da metade do quantitativo de automóveis que foram convertidos em 2022.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), mais de 1, 6 milhão de veículos com GNV circulam no Brasil.

Para especialistas consultados pela CNN, o combustível ganha mais adeptos por conta das vantagens econômicas. Segundo o diretor da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis), Claudio Torelli, o gás se mostra mais vantajoso do que a gasolina.

“Em média, cada quilômetro fica 35% mais barato. Se você considerar um entregador, motorista de aplicativo, taxista, que roda de 200 a 250 quilômetros por dia, a economia pode chegar a 50%”, afirma Torelli.

A segurança é um fator importante na hora do motorista tomar a decisão de converter o veículo para o GNV. O diretor da Angis aponta que alguns protocolos precisam ser seguidos pelos usuários.

“Não há registro de acidentes quando há o cumprimento das regras. Quando acontece algum caso de explosão, sabemos que há algo fora das medidas de segurança”, destaca.

A manutenção básica do carro com GNV consiste em uma inspeção anual do sistema nos Departamentos de Trânsito estaduais e uma validação dos cilindros a cada cinco anos. Além disso, deve ser respeitado o tempo de vida útil do equipamento, que é de 20 anos. A instalação correta só pode ser feita por empresas autorizadas pelo Inmetro.

“A regularização é importante. A gente fez um levantamento que mostrou que a cada 100 carros com GNV, apenas 22 estão legalizados, com as inspeções em dia. Em São Paulo, por exemplo, 78% dos automóveis estão irregulares. No Rio, 70% dos carros são abastecidos com GNV, é um contingente importante”, pontua Claudio Torelli.

Para o engenheiro mecânico e perito judicial especializado em trânsito, Rodolpho Barbosa, questões como a falta de fiscalização e a cultura da não segurança são as principais responsáveis por eventuais acidentes.

“Você tem gente que faz as famosas ‘gambiarras’, que solda o cilindro quando há algum vazamento. Isso não pode ser feito. Há muitos que deixam para fazer a inspeção depois do prazo. Também têm os postos que colocam a pressão do gás acima do limite, forçando o trabalho do cilindro e das válvulas”, explica o engenheiro.

Em nota, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ressaltou que realiza a fiscalização das instalações dos postos e que o limite de pressão máximo de abastecimento do GNV é de 220 bar (unidade de medida padrão).

Matéria: cnnbrasil.com.br

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